Como é a dinâmica dos preços da TV paga na América Latina?

A consultora The Competitive Intelligence Unit publicou uma análise que confirma o registro de contratações do serviço em lares superiores a 50% na maioria dos principais mercados da região.

O segmento de Televisão Restrita, também conhecido como Pay TV ou subscrição, caracterizou-se por um importante dinamismo em vários países latino-americanos, de modo que os coeficientes de contratação em domicílios excedem 50% na maioria dos principais mercados de a região. Desta forma, levando em conta as grandes lacunas em termos de renda que as organizações internacionais documentaram na maior parte da região, a população latino-americana identifica uma marcada preferência ao consumo de conteúdo audiovisual através do serviço de televisão através de TV por assinatura.

Como consultor, a Unidade de Inteligência Competitiva previamente documentada na análise "Comunicações: Âncora da inflação na América Latina", os serviços de comunicação, em geral, caracterizaram-se nos últimos anos ao registrar uma dinâmica de preços que contrasta com aquela generalizada de preços ao consumidor das economias como um todo, uma vez que o último geralmente segue uma rota ascendente, o primeiro tem uma tendência descendente ou estável.

No entanto, o cenário geral ou médio não reflete necessariamente a situação particular de cada um dos segmentos dentro do componente denominado "Comunicações" nos índices de preços ao consumidor em países da região latino-americana. Tal é o caso da Pay TV, um segmento que, apesar de ser considerado parte do setor de Telecomunicações, está sujeito a estruturas de custos diferentes das do resto do setor e, portanto, de dinâmicas de preços diferenciadas.

Nesse sentido, ao analisar o comportamento dos preços do serviço reportados pelas agências nacionais de estatística em seis países representativos da região, as trajetórias ascendentes são registradas. Assim, ao calcular a variação nos preços acumulados entre o primeiro trimestre de 2015 e o terceiro trimestre de 2017, o Uruguai registrou o maior aumento (27,4%), seguido da Colômbia (23,0%), enquanto o Brasil (13,9%) está localizado perto da média de todos os países (14,3%), abaixo do qual o México (8,7%), a Costa Rica (7,7%) e o Chile (4,1%) estão posicionados.

Isso se deve ao fato de que, devido à alta preferência entre o público latino-americano pelo conteúdo internacional, os operadores devem enfrentar o custo de disseminação destes, que são principalmente preços em dólares norte-americanos. Como conseqüência, as flutuações na taxa de câmbio experimentada pelas moedas de cada um desses países determinam de forma preeminente os preços que o consumidor final enfrentará.

Como pode ser visto no gráfico a seguir, a maioria dos países analisados ​​acumulou, por sua vez, fortes depreciações em relação à taxa de câmbio registrada em janeiro de 2015. Assim, no final do terceiro trimestre de 2017, a Colômbia registrou a maior variação no preço do dólar em moeda local (23,6%), seguida do México (21,2%), do Uruguai (19,1%), do Brasil (17,9%), da Costa Rica (6,9%) e do Chile (1,3%).

Embora seja possível explicar em grande medida as tendências ascendentes dos preços da televisão paga devido aos movimentos cambiais, outros fatores devem ser levados em consideração para entender a magnitude desse impacto em cada mercado. A este respeito, destacam-se três fatores adicionais: a concorrência no mercado, a proporção de conteúdos locais dentro das redes programáticas de operadores e a integração vertical na geração e disseminação de conteúdos, fatores que, em alguns casos, podem conter os efeitos da depreciação cambial.

Tal foi o caso do México, país cuja moeda registrou no final do terceiro trimestre do ano, a segunda depreciação mais importante nos mercados analisados ​​e que, no entanto, registrou um aumento nos preços abaixo da média dos seis países considerados. Isto, em parte, como resultado de uma proporção significativa de conteúdo local dentro da oferta de TV por assinatura, bem como a presença de operadores verticalmente integrados na disseminação, produção e comercialização de conteúdo, o que lhes permite atingir níveis mais altos de eficiência em custos e, portanto, conter os efeitos da aquisição de conteúdo internacional a um preço mais elevado.

Para acessar a pesquisa, clique aqui.

Fonte: http://revistasenal.com/tv-paga/como-es-la-dinamica-de-precios-de-television-de-paga-en-america-latina.html

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